Desafio do nosso tempo: adquirir saber e ter capacidade para praticá-lo no dia a dia

novembro 30, 2012

No mundo contemporâneo não há mais lugar para os despreparados intelectualmente. Vivemos nova era do conhecimento, em que a informação passou a ser a ferramenta básica da sobrevivência dos indivíduos e das nações.

Abundam nas livrarias obras que buscam entender e testemunhar o que vem acontecendo, e sua titulação insiste na palavra fim, como se realmente toda uma era estivesse chegando a seu ocaso: fim do emprego, fim dos impérios, fim das verdades absolutas, fim da História, fim das riquezas tangíveis, fim da moeda‐papel ou metálica, e predomínio da escritural, fim das soberanias nacionais na ordem política, e assim por diante. Estamos vivendo muitos fins e isso nos traz insegurança e temor. A saída está no conhecimento e na sua correta aplicação para a solução dos nossos problemas.

Adquirir saber e ter capacidade para praticálo no dia a dia passa a ser o desafio do nosso tempo. Não se trata de uma questão quantitativa como a de ensacar conhecimentos nos cérebros, até porque isso seria não só impossível como também inútil.

A questão do acúmulo de saber por pessoa é qualitativa, passa por uma seleção de necessidade e conveniência, ficando o quantitativo armazenado, codificado e classificado nas bibliotecas e, sobretudo, nos computadores. Não é por acaso que o ser humano veio a dispor do recurso da digitalização, cuja ilimitada capacidade de estocagem a transforma em inesgotáveis depósitos universais do conhecimento acumulado. Se esse conhecimento levava séculos para dobrar de volume, hoje demanda apenas meses para acontecer. Não há, pois, como pretender que a inteligência humana absorva a incalculável massa desse saber em permanente processo de multiplicação.

Há, sim, que educar o intelecto de cada indivíduo para, competentemente, ensiná‐lo a apossar-se do saber capaz de ampará‐lo na luta pela vida e de estimulá‐lo na progressividade do seu sucesso. É essa seletividade intelectual que vai caracterizar o homem educado do século XXI, ajudá‐lo a navegar no mar de mudanças, que o cercará pela vida toda, e instrumentá‐lo para a intensa competitividade a que estará sujeito daqui para a frente. E, por consequência, fundamentar novas pedagogias para os sistemas educativos.

Aqui, tocamos no próprio fulcro da crise que, desde sempre, vem acometendo a educação brasileira, colocando‐a entre as menos eficazes do mundo contemporâneo.

 

Fonte: livro “Caminhos e Descaminhos da Educação Brasileira” de Paulo Nathanael Pereira de Souza – Integrare Editora

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Transparência Radical

novembro 28, 2012

Se eu tivesse que escolher uma palavra como diretriz para administrar um negócio nesta nova era, seria “transparência”. E a pesquisa entre os líderes das empresas, na qual 67% acreditam que o sucesso empresarial se baseia na transparência corporativa, apoia isso. As empresas que são transparentes, autênticas e rápidas estarão melhores em todos os níveis e em uma posição mais fortalecida para enfrentar a terceira idade.

No mundo antigo, as pessoas com mais poder eram aquelas que tinham mais informações. Elas mantinham essas informações para si mesmas, exceto se a divulgação servisse aos seus propósitos. As grandes instituições podiam dizer coisas distintas a diferentes grupos de pessoas; investidores, funcionários e consumidores recebiam mensagens diferentes, que podiam ser mantidas com tais diferenças. Isso já não é possível porque agora todos podem ver tudo.

E, à medida que entramos em uma nova década, as mudanças podem ser sentidas: agora, as pessoas com mais poder são aquelas que mais compartilham. As informações estão em toda parte e podem ser acessadas por praticamente qualquer um. A hipocrisia e a incoerência são certamente desmascaradas. O anonimato não é uma opção.

Fonte: trecho do livro “Empresas que cuidam prosperam – Por que negócios que praticam o bem são os melhores negócios”, de David Jones – Integrare Editora

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O que impulsiona a criatividade?

novembro 27, 2012

Criatividade é o desenvolvimento de ideias, imagens e soluções originais baseadas em ideias já existentes com o uso de imaginação e associação. A força que impulsiona a criatividade é a imaginação.

Criatividade envolve jornadas imaginativas que levam seu cérebro a campos originais e ainda não explorados. Essas novas associações dão origem a novas realizações que o mundo chama de “avanços criativos”.

Fica claro que a memória é o uso de imaginação e de associação para manter o passado no lugar apropriado e recriá-lo no presente, enquanto criatividade é o uso de imaginação e de associação para colocar o pensamento presente no futuro e recriar na realidade o pensamento presente em um tempo futuro.

            Trabalhar de forma criativa produz múltiplas ideias, que podem ser totalmente avaliadas e analisadas, com a melhor parte dessas inovações sendo processadas e transformadas em “soluções” e realidade. É nesse momento que se pode colher os frutos de tal criatividade em comportamentos criativos e aumentando seu valioso “capital intelectual”.

Foi o gênio Leonardo da Vinci quem propôs que, para ser verdadeiramente criativo, você precisa:

« desenvolver seus sentidos;

« estudar a arte da ciência;

« estudar a ciência da arte;

« perceber que tudo, de alguma maneira, conecta-se a tudo.

Dedicação e energia são necessárias para firmar esse novo modo de entender como você pensa, estuda, aprende e memoriza.

Criatividade pode – e deve – ser aplicada em todas as áreas do aprendizado. Ser criativo pode ser difícil quando se é obrigado a trabalhar sob códigos de conduta, regras e regulamentos que parecem atingir todos os níveis do pensamento. É exatamente nesse momento que você precisa procurar novas perspectivas. Mesmo sentindo-se ansioso, logo tudo vai ficar excitante e livre.

Como você pode chegar a esse ponto? Aplicando técnicas que, ao se tornar naturais, darão suporte a todo tipo de empenho.

 

Fonte: livro “Use sua Mente –  Como desenvolver o poder do seu cérebro”, de Tony Buzan – Integrare Editora

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Seja bem-humorado!

novembro 23, 2012

O bom humor pode salvar sua vida, sabia? É verdade! Hoje a ciência estuda a influência do bom humor, da alegria e da afetividade na vida das pessoas, principalmente no que diz respeito à saúde e à qualidade de vida. O bom humor também tem sido avaliado na prevenção de patologias e na recuperação mais rápida de doenças graves, como o câncer.             Felizmente, nos dias atuais, não há nenhuma dúvida de que o estresse físico ou mental esteja diretamente relacionado à saúde. Os efeitos do humor sobre a saúde são muito evidentes, e você não faz ideia de quanto é saudável uma risada verdadeira.

Pessoas compulsivas, maníacas por trabalho, agitadas, que não sabem delegar responsabilidades, não fazem questão de férias e sempre negam a depressão ou as emoções estão mais predispostas ao infarto do miocárdio.

As características dessas pessoas são:

 

« competitividade;

« desejo incontrolável de subir até o topo;

« necessidade de reconhecimento eterno;

« hábito de fazer várias coisas ao mesmo tempo;

« ausência de relaxamento;

« preocupação com o estado físico e mental;

« insatisfação frequente;

« grau de ambição exagerado.

 

O estresse acelera muito o processo de envelhecimento. Tenho observado que pessoas que vivem em ambientes extremamente competitivos, com grau elevado de insegurança e violência, aparentam idade superior à idade real. Como viajo muito, não poderia deixar de observar o modo de vida de cada país e suas variações quando visito as cidades pequenas próximas às capitais, mas com estilo próprio e tão diferente de viver.

 

 

Fonte: livro “Beleza Sustentável – Como pensar, agir e permanecer Jovem” de Dra. Carla Góes – Integrare Editora

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Líderes se qualificam pelo estado das equipes que lideram

novembro 21, 2012

Uma equipe de pessoas realmente preparadas para gerar sucesso na configuração atual não é apenas um grupo de seres humanos que trabalham juntos no seu pedaço do quebra-cabeça estratégico de uma organização, como uma máquina bem lubrificada e previsível. Os membros são os participantes de uma emocionante história em curso que produz grandes resultados e reforça a comunhão de propósitos e da interligação entre eles. O desafio é criar uma história absorvente, com capacidade de formar um compromisso excepcionalmente forte na equipe. Sem isso, os membros tendem a preencher as lacunas com suas próprias questões mesquinhas.

Grupos de trabalho podem ser formados em minutos, mas equipes que geram resultados positivos de forma consistente levam tempo e cuidado para ser formadas. Esse é o trabalho de um líder consciente e inspirador.

Observando o desempenho de equipes em empresas que ganharam o prêmio “Melhor empresa para trabalhar” ou outras desse nível, podemos verificar as várias dimensões que têm a ver diretamente com as atitudes e ações dos líderes:

» Formação de um senso de propósito para que as pessoas se sintam parte de algo importante.

» Criação de um espaço seguro no qual as pessoas sejam inspiradas a ir além de suas zonas de conforto.

» Construção de um ambiente de confiança.

» Manutenção do ânimo e do entusiasmo.

» Geração de resultados (se um líder não produz resultados, ele não é um líder).

» Criação de uma atitude de responsabilidade nos membros da equipe.

Talvez o último elemento seja o mais importante de todos.

Ele não só está ligado ao grau de compromisso, mas refere-se à capacidade de responder da melhor forma a tudo o que acontece.

Fonte: trecho do livro “O espírito do líder – Lidando com a incerteza permanente” de Ken O’Donnell – Integrare Editora

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Criando condições para a mudança!

novembro 19, 2012

Há um território que chamamos de realidade e um mapa de nossas expectativas. Quando a realidade não está de acordo com nossas expectativas, tendemos a dizer que está errada. É como se, comparando o território com o mapa, afirmássemos que o território está errado por não coincidir com o mapa. Nessa situação, ficaremos em conflito com esse território até que ele se modifique para ficar igual ao mapa.

Ao termos consciência de que o que É simplesmente É, somos capazes de olhar o território com objetividade e verificar que modificações são possíveis a partir daquela demografia e não de nossas projeções. Essa transformação será real, ou um salto quântico, como nos ensina a física moderna.

Colocando isso na vida prática: digamos que alguém quer mudar um hábito, mas sua rotina e sua forma de organização interna produzem empecilhos para isso. Quem se baseia em ilusões sobre como deveria ser a realidade dará todas as justificativas para não mudar de hábito, afirmando que a vida está uma correria, que as pressões são muitas, que a rotina é pesada etc., com a esperança de que, ao mudar a realidade, ela, então, seja capaz de alterar o hábito. Isso é o mais comum.

Em outra possibilidade, em que a pessoa reconhece que sua realidade é uma correria e que precisará adequar e aprender coisas para fazer a mudança de hábito dentro desse contexto, essa realidade não será mais condicionante para a vida, mas material-prima da transformação. O indivíduo exercita seu poder de escolha e faz valer seus desejos, independentemente da realidade vigente, criando uma nova realidade. Isso é o extraordinário que está ao alcance de todos.

Um desejo bem formulado, com uma consciência desperta que o possa implementar, é a profecia de uma vida renovada, plena do novo texto que nenhum contexto condiciona ou limita. O fundamento da mudança é a percepção, não a condição. Não seria o momento certo para trocar de lentes? Revisar o foco para ampliar a sorte na vida.

 

 

Fonte: livro “O foco define a sorte – A forma como enxergamos o mundo faz o mundo que enxergamos” de Dulce Magalhães – Integrare Editora

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Organizando a bagunça interna

novembro 14, 2012

No consultório, atendo muitas crianças e adolescentes. Frequentemente, as mães ficam na sala de espera enquanto a consulta acontece. Ao término da sessão, não raro observo uma cena no sofá da sala de espera: mães arrumando a bolsa, aproveitando os 50 minutos para organizá-la.

Notei três formas básicas de como fazem isso:

1. Organização contida: tudo permanece dentro da bolsa. As coisas são organizadas no espaço interno. Apenas os “lixos” são retirados, em geral papéis que são picados e colocados discretamente num cantinho. Se não estivermos atentos, não perceberemos que se trata de uma arrumação.

2. Organização discreta: parte das coisas é tirada da bolsa, mas com certa discrição. Retiram o estritamente necessário, amassam os papéis que serão jogados fora. Olhando a cena, é perceptível que estão arrumando a bolsa, mas nada que possa incomodar os demais ou expor a dona da bolsa.

3. Organização espalhafatosa: as coisas são literalmente jogadas sobre o sofá. Os papéis vão sendo separados, formando um bolinho de lixo. As mais extremas chegam a virar a bolsa do avesso sobre o lixo para tirar as sujeirinhas que acumulam nos cantos dentro da bolsa. Tudo isso é feito com muito empenho e concentração (e, não raro, o celular, que está preso entre o ombro e a cabeça, para que conversem com as mãos livres). As pessoas ao redor são ignoradas (não por mal, mas porque o foco é outro). Se alguém estiver por perto, olhando ostensivamente, pronto, vira um bate-papo e, num minuto, estão contando a vida e trocando telefones.

Não há qualificações nessas descrições. Não há melhor ou pior, certo ou errado, são maneiras diferentes de organizar a bolsa, e que uso aqui como metáfora para reorganização interna. Algumas pessoas se reorganizam silenciosamente (organização contida), parecendo até que nada está acontecendo. Pensam, refletem, são bastante cautelosas e criteriosas nas mudanças de opinião ou de postura.

Outras pessoas, ao se reorganizarem após uma crise, conversam e desabafam com poucas pessoas que julgam de confiança (organização discreta). Recorrem aos amigos, preocupando-se sempre em não incomodar. Testam novas atitudes e repensam. Mesmo que descartem formas de agir e até mesmo relações que concluam pouco saudáveis, fazem-no de forma discreta.

Há ainda as pessoas que, para se reorganizar, precisam colocar tudo para fora. Praticamente todos ao seu redor sabem que estão em sofrimento. Expõem tudo para que possam olhar, analisar. Olham o que será colocado de volta e o que será descartado. Às vezes aprendem a fazer um “pré-lixo” (deixando separado o que ainda não têm certeza se estão prontas para se desfazer). Aquilo que vai ser jogado fora é feito de forma explícita, e o que vai retornando vai sendo colocado num lugar determinado, para que cada coisa tenha seu lugar.

Em qualquer um dos casos, esse processo é contínuo. A cada tanto tempo, é necessária uma nova reorganização. Separei em três modelos para exemplificar melhor, mas existem inúmeras variações entre eles. Repito que não há certo e errado, não há melhor e pior. O importante é que seja possível uma reorganização que possibilitará um amadurecimento. Num extremo, estariam as pessoas de perfil mais depressivo, com uma reorganização bastante contida. No outro, os mais obsessivos. Para tentar garantir que a arrumação fique bem feita, muitas vezes a fazem de um modo espalhafatoso. Tiram tudo, expõem tudo e, se possível, ao arrumar novamente, colocam tudo em nécessaires separadas.

Fonte: trecho do livro “Mulher sem Script” de Natércia Tiba – Integrare Editora

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O prazer de realizar sozinho

novembro 12, 2012

É lógico que a mãe vai executar todas as pequenas tarefas mais rapidamente que o filho. Mas ela deve ter paciência e tolerância para não apressar a criança, que tem seu ritmo próprio. O que a mãe pode fazer é adequar o tempo da criança, não permitindo que ela não o desperdice demorando – o que estimula a desistência. Além disso, a persistência não é uma característica infantil muito comum.

Cada criança tem o seu ritmo. Umas são mais concentradas

que outras e gostam de ver o seu trabalho pronto. Outras querem

ver logo o resultado, sem paciência. Estas precisam de

maior atenção dos pais para que aprendam a ter prazer em

cada etapa realizada.

            Crianças têm muito mais prazer durante a realização de um trabalho do que ao vê-lo pronto. É por isso que, depois de empilhar várias caixinhas, imediatamente derrubam tudo e co meçam de novo. Gastam muito mais tempo empilhando do que admirando o trabalho.

Se, por outro lado, a mãe atropelar a criança, pode transmitir-lhe a sensação de que ela é incapaz. A extrema (e inadequada) solicitude da mãe estimula o filho a aleijar seus braços, como se fosse impotente. Já dizia o psiquiatra José Ângelo Gaiarsa, no livro Minha querida mamãe: “Supermães geram paralíticos e débeis mentais. Sem uso, o cérebro pára”.

Além de diminuir a autoestima, tanta dedicação maternal leva a criança a deslocar a sensação do prazer, que seria obtida ao realizar algo, para a do mero receber. Não é à toa que ela passa a ser uma criança sempre pedindo (seja o que for), pois o que importa é ganhar tudo (pronto). Quando não está ganhando nada, encontra uma maneira de pedir algo. Ocorre que a criança está confundindo a alegria de saciar a vontade de ganhar um brinquedo com a felicidade de brincar com ele.

Nenhuma criança nasce folgada, ela aprende a ser. A indolência

constante não é natural, mas resultado da difi culdade de

realizar seus desejos por si mesma.

A criança só pode ser considerada folgada quando conhece suas responsabilidades e não as cumpre. A responsabilidade é conseqü.ncia da confiança que os pais depositam no filho para a realização de algo que lhe cabe naturalmente. Estes não só devem reconhecer a capacidade do filho de desempenhar aquela tarefa, como também passar a contra com a cooperação da criança. Esta, por sua vez, incorpora a tarefa como algo que lhe cabe a partir daquele momento.

Um exemplo bastante comum: gostar de comer. Se a criança come porque sente fome, e o faz sozinha por ter o prazer de pegar os talheres, em pouco tempo ela será capaz de responsabilizar-se por comer sozinha o que tiver no prato. Não estranhe tal atitude, mas também não estimule o fato de a criança brincar diante da comida, esparramar tudo pelo chão, usar os talheres como brinquedos. A partir dessas experiências, se for educada para comer, com o tempo ela poderá organizar-se sozinha.

No entanto, se a criança come para agradar a mamãe, o não-comer passa a ser uma maneira de castigá-la. É clássico a mãe brincar: “Olha o aviãozinho” e, ploft!, enfiar a comida na boca da criança. Nesse caso, comer deixou de ser um ato de sua responsabilidade e se transforma em uma arma para arrancar outros benefícios da mãe.

Ninguém precisa limpar o prato. A criança come o que acha gostoso, não necessariamente o que a mãe considera mais nutritivo. Cabe à mãe preparar um jeito gostoso de oferecer os alimentos nutritivos.

Mais um exemplo: escovar os dentes. Naturalmente, a criança gosta de imitar os adultos. Se a mãe, o pai ou o adulto responsável escovar os dentes com prazer, a criança vai pensar que também terá prazer com esse ato. Ela já deve escová-los, antes mesmo de ser bem-sucedida. Quanto mais a mãe permitir que o filho brinque com a escova, e assumir apenas a tarefa de finalizar a limpeza dos dentes, tanto mais ele terá prazer em fazer isso. Não há nada mais lúdico para a criança do que brincar com a água e a boca.

Escovar os dentes pode virar um castigo quando o adulto não tem paciência de esperar o fim da brincadeira. Pior: usa a escova como uma arma carregada de balas (a pasta de dente), que invade intempestivamente a boca da criança, fazendo movimentos furiosos. Essa prática, muito comum nas mães apressadas de hoje em dia, acaba agredindo a criança. Se a mãe aguardar enquanto o filho escova e complementar seu trabalho com prazer (como se estivesse fazendo um cafuné), o hábito será incorporado à vida da criança como algo bem agradável.

Educar uma criança é também ensiná-la a administrar o seu tempo para cada atividade. Fazer algo, mesmo de que não goste, ou seja, fazer por obrigação, por dever, é algo que a criança precisa também aprender.

  

Fonte: livro “Disciplina – Limite na medida certa” de Içami Tiba – Integrare Editora

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O estresse bloqueia a mente. O abandono nos estressa!

novembro 9, 2012

Em situações de alto estresse, o cérebro não rende. A cabeça não consegue aprender matemática quando o coração sente que em casa as relações são de subtração continuada (filhos de pais omissos).

Fica complicado aprender física quando se vive em constante atrito (filhos de pais autoritários), assim como é muito mais árduo aprender história quando se sente que as únicas passagens impor- tantes da vida são aquelas nas quais nos divertimos (filhos de pais permissivos). Este é o aluno que pensa: “Para que estudar se em casa se fala que isso não serve para nada e meu pai se deu bem sem saber nada disso?”.

A neurociência mostra que uma forte carga de estresse gera uma liberação acentuada de adrenalina, substância que em boa quantidade contribui para a liberação de mais acetilcolina, uma espécie de lubrificante das sinapses. Assim, a adrenalina indiretamente ajuda-nos a ter mais e melhores conexões cerebrais e por isso é importante estar motivado e com energia para estudar ou praticar um esporte.

Em quantidades exageradas, porém, a adrenalina inibe a aceticolina, substância que “liga” as sinapses, as conexões cerebrais. Vem daí o ditado popular que nos manda relaxar antes de tomar uma decisão.

Quando estamos estressados, seja física ou emocionalmente, o cérebro reage apenas com sua porção instintiva. E faz sentido. Se estivéssemos nas savanas africanas e avistássemos uma grande cobra, ou um predador maior que nós, não seria interessante que o cérebro gastasse tempo e energia para entender se aquele ser que nos ameaça é um anfíbio, um réptil ou um mamífero, mas sim que ele nos prepa- rasse para correr ou lutar.

Vem daí a expressão “dar um branco” diante de situações altamente estressantes,pois nesses momentos ocorre uma migração do sangue das partes periféricas do corpo (membros e pele) para as áreas vitais (cora- ção, pulmão, rins), de forma a nos proteger de escoriações e nos fornecer uma sobrecarga de energia de luta ou fuga. Conviver com o abandono continuado é uma das mais intensas formas de estresse que se pode conhecer.

Fonte: livro “Meu filho chegou à adolescência – Como construir um projeto de vida Juntos” de Leo Fraiman – Integrare Editora

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Educação: o começo de tudo

novembro 7, 2012

Os sistemas de ensino de um país podem ser comparados a pirâmides, com uma base larga, na qual se situa o grau fundamental; a seguir, um modulo intermediário, que se estreita e no qual se desenvolve o grau médio (a junção de ambos os graus resulta na chamada educação básica) e, no ápice, o grau superior, com suas faculdades e universidades, em que o estreitamento tende a se acentuar. Num país desenvolvido ou nos emergentes, a base deve acolher todas as crianças entre seis e quinze anos de idade, não apenas proporcionando‐lhes matrículas nas escolas, mas também assegurando que todas (ou pelos menos a sua maciça maioria) possam completar o 9º ano com sucesso. Aqui no Brasil, conseguiu‐se, na passagem do século XX para o XXI, criar as vagas necessárias ao completo atendimento das crianças de 6 e 7 anos, o que representa um importante avanço nas políticas públicas. O que falta, e talvez seja isso o mais importante, é dar qualidade a essa primeira escolaridade aberta a todo o povo, eis que já se pratica entre nós a universalização desse grau de ensino (exigida, aliás, pela Constituição Federal).

Qualidade, nesse caso, significa, de um lado, meios para manter todos os matriculados da série inicial cursando as demais séries até a última, e, de outro, pertinência na organização escolar (prédio, equipamentos, planos pedagógicos realistas e factíveis, didáticas modernas e competentes para assegurar sucesso no processo de ensino e aprendizagem, professores bem capacitados e produtivos) em relação aos vetores da modernidade, às aspirações futuras da sociedade brasileira, aos rumos do desenvolvimento nacional e às necessidades individuais do educando.

O grau fundamental, base da pirâmide, é o mais importante momento da vida escolar de um povo. Isto não só porque a maioria da população apenas disporá dele como educação formal – pois constitucionalmente é o único obrigatório e universal – como também porque o convívio com o progresso tecnológico bem como a formação cidadã dependerão inteiramente do bom aproveitamento pelos alunos da qualidade desse grau de ensino.

Nos termos em que se encontra, hoje, com uma escandalosa incapacidade de alfabetizar seus alunos ainda na primeira série e com esse equívoco pedagógico de apenas valorizar a aprendizagem em desfavor do ensino propriamente dito, o que vem resultando em alguns sistemas numa – repito – condenável aprovação automática de alunos semialfabetizados, a escola fundamental brasileira tem fracassado em seus intuitos. Em vez de preparar a população para os desafios culturais, econômicos e políticos do futuro (entendam‐se políticos como ação cidadã, sem vínculos obrigatórios com partidos ou ideologias), a escola fabrica contingentes cada vez mais numerosos de analfabetos funcionais, aqueles que passam pela escola sem nada aprender.

Este é o maior problema da atual crise educacional, como tenho insistido: uma escola que não ensina, não estimula o conhecimento e não forma adequadamente – como provam estatisticamente as avaliações nacionais e estrangeiras sobre os resultados obtidos em provas do MEC (Brasil e Enem), e outras, como o Pisa, patrocinado pela OCDE ou pela Unesco. Ademais de prejudicar essa maciça maioria de brasileiros que só poderá contar com o diploma de ensino fundamental para o enfrentamento de uma vida cada vez mais competitiva e mais complexa, ainda o reflexo dessa educação manca e insatisfatória vai bater nos graus seguintes de ensino (o médio e o superior), cujos níveis de qualidade caem incessantemente, dadas as insuficiências portadas pelos que terminaram o fundamental, sem saber os fundamentos de coisa alguma.

Para salvar a qualidade da educação brasileira não há necessidade de reformas mirabolantes, que incluam todos os graus de ensino: basta encontrar meios para qualificar o ensino fundamental e fazer dele o que a Unesco denomina de um “ensino pertinente”.

Fonte: trecho do livro “Caminhos e Descaminhos da Educação Brasileira” de Paulo Nathanael Pereira de Souza – Integrare Editora

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