No mundo contemporâneo não há mais lugar para os despreparados intelectualmente. Vivemos nova era do conhecimento, em que a informação passou a ser a ferramenta básica da sobrevivência dos indivíduos e das nações.
Abundam nas livrarias obras que buscam entender e testemunhar o que vem acontecendo, e sua titulação insiste na palavra fim, como se realmente toda uma era estivesse chegando a seu ocaso: fim do emprego, fim dos impérios, fim das verdades absolutas, fim da História, fim das riquezas tangíveis, fim da moeda‐papel ou metálica, e predomínio da escritural, fim das soberanias nacionais na ordem política, e assim por diante. Estamos vivendo muitos fins e isso nos traz insegurança e temor. A saída está no conhecimento e na sua correta aplicação para a solução dos nossos problemas.
Adquirir saber e ter capacidade para praticá‐lo no dia a dia passa a ser o desafio do nosso tempo. Não se trata de uma questão quantitativa como a de ensacar conhecimentos nos cérebros, até porque isso seria não só impossível como também inútil.
A questão do acúmulo de saber por pessoa é qualitativa, passa por uma seleção de necessidade e conveniência, ficando o quantitativo armazenado, codificado e classificado nas bibliotecas e, sobretudo, nos computadores. Não é por acaso que o ser humano veio a dispor do recurso da digitalização, cuja ilimitada capacidade de estocagem a transforma em inesgotáveis depósitos universais do conhecimento acumulado. Se esse conhecimento levava séculos para dobrar de volume, hoje demanda apenas meses para acontecer. Não há, pois, como pretender que a inteligência humana absorva a incalculável massa desse saber em permanente processo de multiplicação.
Há, sim, que educar o intelecto de cada indivíduo para, competentemente, ensiná‐lo a apossar-se do saber capaz de ampará‐lo na luta pela vida e de estimulá‐lo na progressividade do seu sucesso. É essa seletividade intelectual que vai caracterizar o homem educado do século XXI, ajudá‐lo a navegar no mar de mudanças, que o cercará pela vida toda, e instrumentá‐lo para a intensa competitividade a que estará sujeito daqui para a frente. E, por consequência, fundamentar novas pedagogias para os sistemas educativos.
Aqui, tocamos no próprio fulcro da crise que, desde sempre, vem acometendo a educação brasileira, colocando‐a entre as menos eficazes do mundo contemporâneo.
Fonte: livro “Caminhos e Descaminhos da Educação Brasileira” de Paulo Nathanael Pereira de Souza – Integrare Editora
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