Desafio do nosso tempo: adquirir saber e ter capacidade para praticá-lo no dia a dia

novembro 30, 2012

No mundo contemporâneo não há mais lugar para os despreparados intelectualmente. Vivemos nova era do conhecimento, em que a informação passou a ser a ferramenta básica da sobrevivência dos indivíduos e das nações.

Abundam nas livrarias obras que buscam entender e testemunhar o que vem acontecendo, e sua titulação insiste na palavra fim, como se realmente toda uma era estivesse chegando a seu ocaso: fim do emprego, fim dos impérios, fim das verdades absolutas, fim da História, fim das riquezas tangíveis, fim da moeda‐papel ou metálica, e predomínio da escritural, fim das soberanias nacionais na ordem política, e assim por diante. Estamos vivendo muitos fins e isso nos traz insegurança e temor. A saída está no conhecimento e na sua correta aplicação para a solução dos nossos problemas.

Adquirir saber e ter capacidade para praticálo no dia a dia passa a ser o desafio do nosso tempo. Não se trata de uma questão quantitativa como a de ensacar conhecimentos nos cérebros, até porque isso seria não só impossível como também inútil.

A questão do acúmulo de saber por pessoa é qualitativa, passa por uma seleção de necessidade e conveniência, ficando o quantitativo armazenado, codificado e classificado nas bibliotecas e, sobretudo, nos computadores. Não é por acaso que o ser humano veio a dispor do recurso da digitalização, cuja ilimitada capacidade de estocagem a transforma em inesgotáveis depósitos universais do conhecimento acumulado. Se esse conhecimento levava séculos para dobrar de volume, hoje demanda apenas meses para acontecer. Não há, pois, como pretender que a inteligência humana absorva a incalculável massa desse saber em permanente processo de multiplicação.

Há, sim, que educar o intelecto de cada indivíduo para, competentemente, ensiná‐lo a apossar-se do saber capaz de ampará‐lo na luta pela vida e de estimulá‐lo na progressividade do seu sucesso. É essa seletividade intelectual que vai caracterizar o homem educado do século XXI, ajudá‐lo a navegar no mar de mudanças, que o cercará pela vida toda, e instrumentá‐lo para a intensa competitividade a que estará sujeito daqui para a frente. E, por consequência, fundamentar novas pedagogias para os sistemas educativos.

Aqui, tocamos no próprio fulcro da crise que, desde sempre, vem acometendo a educação brasileira, colocando‐a entre as menos eficazes do mundo contemporâneo.

 

Fonte: livro “Caminhos e Descaminhos da Educação Brasileira” de Paulo Nathanael Pereira de Souza – Integrare Editora

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O estresse bloqueia a mente. O abandono nos estressa!

novembro 9, 2012

Em situações de alto estresse, o cérebro não rende. A cabeça não consegue aprender matemática quando o coração sente que em casa as relações são de subtração continuada (filhos de pais omissos).

Fica complicado aprender física quando se vive em constante atrito (filhos de pais autoritários), assim como é muito mais árduo aprender história quando se sente que as únicas passagens impor- tantes da vida são aquelas nas quais nos divertimos (filhos de pais permissivos). Este é o aluno que pensa: “Para que estudar se em casa se fala que isso não serve para nada e meu pai se deu bem sem saber nada disso?”.

A neurociência mostra que uma forte carga de estresse gera uma liberação acentuada de adrenalina, substância que em boa quantidade contribui para a liberação de mais acetilcolina, uma espécie de lubrificante das sinapses. Assim, a adrenalina indiretamente ajuda-nos a ter mais e melhores conexões cerebrais e por isso é importante estar motivado e com energia para estudar ou praticar um esporte.

Em quantidades exageradas, porém, a adrenalina inibe a aceticolina, substância que “liga” as sinapses, as conexões cerebrais. Vem daí o ditado popular que nos manda relaxar antes de tomar uma decisão.

Quando estamos estressados, seja física ou emocionalmente, o cérebro reage apenas com sua porção instintiva. E faz sentido. Se estivéssemos nas savanas africanas e avistássemos uma grande cobra, ou um predador maior que nós, não seria interessante que o cérebro gastasse tempo e energia para entender se aquele ser que nos ameaça é um anfíbio, um réptil ou um mamífero, mas sim que ele nos prepa- rasse para correr ou lutar.

Vem daí a expressão “dar um branco” diante de situações altamente estressantes,pois nesses momentos ocorre uma migração do sangue das partes periféricas do corpo (membros e pele) para as áreas vitais (cora- ção, pulmão, rins), de forma a nos proteger de escoriações e nos fornecer uma sobrecarga de energia de luta ou fuga. Conviver com o abandono continuado é uma das mais intensas formas de estresse que se pode conhecer.

Fonte: livro “Meu filho chegou à adolescência – Como construir um projeto de vida Juntos” de Leo Fraiman – Integrare Editora

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Educação: o começo de tudo

novembro 7, 2012

Os sistemas de ensino de um país podem ser comparados a pirâmides, com uma base larga, na qual se situa o grau fundamental; a seguir, um modulo intermediário, que se estreita e no qual se desenvolve o grau médio (a junção de ambos os graus resulta na chamada educação básica) e, no ápice, o grau superior, com suas faculdades e universidades, em que o estreitamento tende a se acentuar. Num país desenvolvido ou nos emergentes, a base deve acolher todas as crianças entre seis e quinze anos de idade, não apenas proporcionando‐lhes matrículas nas escolas, mas também assegurando que todas (ou pelos menos a sua maciça maioria) possam completar o 9º ano com sucesso. Aqui no Brasil, conseguiu‐se, na passagem do século XX para o XXI, criar as vagas necessárias ao completo atendimento das crianças de 6 e 7 anos, o que representa um importante avanço nas políticas públicas. O que falta, e talvez seja isso o mais importante, é dar qualidade a essa primeira escolaridade aberta a todo o povo, eis que já se pratica entre nós a universalização desse grau de ensino (exigida, aliás, pela Constituição Federal).

Qualidade, nesse caso, significa, de um lado, meios para manter todos os matriculados da série inicial cursando as demais séries até a última, e, de outro, pertinência na organização escolar (prédio, equipamentos, planos pedagógicos realistas e factíveis, didáticas modernas e competentes para assegurar sucesso no processo de ensino e aprendizagem, professores bem capacitados e produtivos) em relação aos vetores da modernidade, às aspirações futuras da sociedade brasileira, aos rumos do desenvolvimento nacional e às necessidades individuais do educando.

O grau fundamental, base da pirâmide, é o mais importante momento da vida escolar de um povo. Isto não só porque a maioria da população apenas disporá dele como educação formal – pois constitucionalmente é o único obrigatório e universal – como também porque o convívio com o progresso tecnológico bem como a formação cidadã dependerão inteiramente do bom aproveitamento pelos alunos da qualidade desse grau de ensino.

Nos termos em que se encontra, hoje, com uma escandalosa incapacidade de alfabetizar seus alunos ainda na primeira série e com esse equívoco pedagógico de apenas valorizar a aprendizagem em desfavor do ensino propriamente dito, o que vem resultando em alguns sistemas numa – repito – condenável aprovação automática de alunos semialfabetizados, a escola fundamental brasileira tem fracassado em seus intuitos. Em vez de preparar a população para os desafios culturais, econômicos e políticos do futuro (entendam‐se políticos como ação cidadã, sem vínculos obrigatórios com partidos ou ideologias), a escola fabrica contingentes cada vez mais numerosos de analfabetos funcionais, aqueles que passam pela escola sem nada aprender.

Este é o maior problema da atual crise educacional, como tenho insistido: uma escola que não ensina, não estimula o conhecimento e não forma adequadamente – como provam estatisticamente as avaliações nacionais e estrangeiras sobre os resultados obtidos em provas do MEC (Brasil e Enem), e outras, como o Pisa, patrocinado pela OCDE ou pela Unesco. Ademais de prejudicar essa maciça maioria de brasileiros que só poderá contar com o diploma de ensino fundamental para o enfrentamento de uma vida cada vez mais competitiva e mais complexa, ainda o reflexo dessa educação manca e insatisfatória vai bater nos graus seguintes de ensino (o médio e o superior), cujos níveis de qualidade caem incessantemente, dadas as insuficiências portadas pelos que terminaram o fundamental, sem saber os fundamentos de coisa alguma.

Para salvar a qualidade da educação brasileira não há necessidade de reformas mirabolantes, que incluam todos os graus de ensino: basta encontrar meios para qualificar o ensino fundamental e fazer dele o que a Unesco denomina de um “ensino pertinente”.

Fonte: trecho do livro “Caminhos e Descaminhos da Educação Brasileira” de Paulo Nathanael Pereira de Souza – Integrare Editora

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Educação e Desenvolvimento no Brasil: uma necessidade urgente!

abril 19, 2011

Recentemente, uma revista de circulação nacional publicou estudo com a receita dos 7 passos que separam os tigres asiáticos, do Brasil, em desempenho educacional. Alguns deles deveriam ser imediatamente assumidos por nós, governo e sociedade civil, a saber:

Qual é, pois, a responsabilidade social mais urgente num país como o Brasil? Podem-se divisar duas, que não mais devem ser adiadas um só dia sequer, seja pelo governo, seja pela sociedade, principalmente pela sociedade, eis que, nas democracias, os governos só se movem quando empurrados pelo conjunto dos cidadãos:

Fonte: trecho do livro “Educação e Desenvolvimento no Brasil”, de Paulo Nathanael Pereira de Souza – Integrare Editora