Nunca estamos livres do falatório

janeiro 20, 2012

Dizem que a fofoca existe pelo simples motivo de vivermos em sociedade. Para que isso seja justificativa suficiente, vale então lembrar que, para que um grupo de pessoas passe a ser considerado uma sociedade, é necessário que tais pessoas tenham interesse umas pelas outras, e, neste caso, é inevitável que umas comentem sobre as outras. De certa forma, ao fazer um comentário sobre alguém, estamos tentando compreender a essência da própria espécie humana, portanto estamos fazendo um exercício de autoconhecimento. Aquele que não se interessa por ninguém padece de uma sociopatia que o leva a se afastar do convívio, o que prejudica até a relação intrapessoal. Portanto, parece que todo mundo faz fofoca. O que varia entre as pessoas é a quantidade e a natureza da fofoca que fazem. Há gente muito fofoqueira, e há os fofoqueiros circunstanciais. Há aqueles que usam a fofoca como maledicência, realmente prejudicando aqueles que são seu alvo; e há os que se divertem com fofocas inocentes. Mas todo mundo faz fofoca, é da natureza humana.

O grande mal da fofoca é a parcialidade da interpretação de quem a faz. Comentar algo sobre a vida de alguém é uma coisa, emitir juízo de valor sobre ela é outra. Dizer que o chefe do escritório está trabalhando demais e tem apresentado sinais de stress é uma coisa; mas insinuar que ele fica no escritório porque, provavelmente, está brigado com a mulher, e ainda por cima, desconta isso nos funcionários é outra totalmente diferente, convenhamos.

Fonte: trecho do livro “Preciso dizer o que sinto”, de Eugenio Mussak – Integrare Editora

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