Uma inovação no século passado podia levar até 50 anos para ser conhecida por todos e, talvez até rudimentarmente, copiada. Na metade do século, o tempo baixou para a casa dos 25 anos. No final, o tempo que alguém levava para dominar um diferencial tecnológico porque o mercado ainda não conhecia era de uns poucos anos. Hoje, o compartilhamento de informações e a equalização dos avanços tecnológicos fazem com que alguns diferenciais competitivos durem poucos dias, ou, em alguns casos, horas. As marcas têm hoje uma séria dificuldade: precisam de diferenciais para se manter com uma promessa de valor competitiva, mas está cada vez mais difícil competir e manter diferenciais tangíveis, principalmente os ligados à tecnologia.
A operadora de telefonia A lança uma novidade e na semana seguinte você encontra a mesma novidade na operadora B, como também na operadora C. Você comprou seu carro porque ele tinha um bom diferencial de conforto, e no mês seguinte fica sabendo do lançamento de outra marca com o mesmo diferencial e mais outro que você nem imaginava que existia ou que também queria.
Dessa forma, ficamos sobrecarregados com o brutal volume de ofertas quase iguais, estressados com a ideia de ter de diferenciar promessas que dizem as mesmas coisas, lidar com infinitas combinações de opções e com cada vez menos tempo para tomar essas decisões. Assim, para nos proteger, travamos e não mais prestamos atenção. E a atenção passa a ser um ativo muito escasso nesses nossos dias. Um artigo valioso para um mundo congestionado.
Fonte: livro Paixão e significado da marca”, de Arthur Bender – Integrare Editora