Desabafo de mãe

Cérebro de mãe é uma loucura, funciona 24 horas por dia, non-stop. Se fosse possível ampliar o som de dentro da nossa cabeça, seria um barulho ensurdecedor, montes de vozes ao mesmo tempo, falando milhões de coisas diferentes. Voz post-it, voz ranzinza, voz saco cheio, voz amorosa, voz culpada, voz explosiva, voz que sussurra…

Vamos ficando atordoadas, começamos 500 coisas e ficam todas inacabadas. Onde foi parar o celular? No banheiro. E a bolsa? Em algum canto da casa. A chave do carro? Essa tem um poder de desaparecimento sem igual. Na hora de sair de casa, é sempre aquela correria. Quando o elevador chega, um dos filhos… “precisa ir ao banheiro”.

Essa é a minha rotina de mãe e sei que de tantas outras mulheres. Amigas que desabafam! Mães que chegam exauridas ao consultório! Questionam-se: “Sou eu que não dou conta?” Não! Não é você! Somos todas nós! Nossas avós davam conta? Sim, mas acho uma comparação sem sentido, dado o contexto, o estilo de vida, as exigências do dia a dia. Nossas mães davam conta? Médio. Cumpriam o papel, mas já ficavam exaustas. Nós damos conta? Se quisermos fazer tudo sozinhas, definitivamente não.

A psicologia vem se desenvolvendo e nas últimas décadas muito se aprendeu sobre as crianças, seu desenvolvimento, a importância da autoestima, o que os traumatiza ou não, o que os sobrecarrega ou não. Mas e a psicologia dos pais? Não falo do papel que devemos desempenhar como pais, mas de nós mesmos, como manter nossa autoestima, como nos preservar, como sobreviver.

Sinto que foi criada uma grande armadilha.

Fonte: livro “Mulher sem Script”, de Natércia Tiba – Integrare Editora

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